São muitas as coisas que faço enquanto o sono não vem. Como uma insone vivo períodos de tensão, nos quais não tenho paciência com nada, nem com ninguém.
É aí que entram os livros e os desabafos. Escrevo para descansar do peso que carrego e, ao mesmo tempo, obter energia.
Na maioria das vezes estou na solidão do meu quarto, repleto de vozes e versos que ainda não pude ler. Mas como bem disse Rubem Alves "a leitura pode emburrecer". Não adianta ler um livro atrás do outro. Tem-se que refletir sobre ele, suas ideias, contestar ou qualquer coisa que não a mesmice de tão somente ir virando as páginas e consumindo as histórias, o que chega a ser um desrespeito com quem escreve.
Leitura sem raciocínio é engolir pensamentos de "outros".
Talvez por isso possua tantos livros ainda por ler. Não é somente falta de tempo - há sempre tempo para os grandes prazeres- é também o medo de não travar um diálogo com "os outros" a minha espera.
Então, resta-me os meus desassossegos. Os quais busco entender e solucionar, se possível, escrevendo-os.
Escrevo aleatoriamente, quando bate uma necessidade de dizer algo que nem mesmo sei o que é. E, às vezes, chego à beleza (há poucos dias disseram-me que não sou humilde), quase sempre incutida na tristeza.
São as palavras que me fazem companhia nas longas noites que passo acordada. Elas me revelam quem verdadeiramente sou e o sentido das coisas que faço...
Minhas amigas inseparáveis. Só lamento não poder expressar todo e qualquer sentimento. Porque há estados da alma que apenas o olhar capta e um bom abraço ameniza.
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